Uma igreja incrédula
Vivemos o tempo em que muitas igrejas estão incrédulas. Essa afirmativa não é por causa da pouca fé das pessoas, mas sim pela incapacidade da igreja acreditar no evangelho verdadeiro, pregado por Jesus, o Cristo.
Na igreja primitiva, descrita no livro de Atos dos Apóstolos, a pregação era "Arrependei-vos, e cada um de vós seja batizado em nome de Jesus Cristo para perdão dos pecados, e recebereis o dom do Espírito Santo." (Atos 2:38). Será que essa pregação se mantém hoje ou não é necessária porque as pessoas são extremamente obedientes a Deus?
Era pela palavra da cruz que as pessoas se convertiam a Cristo, arrependiam-se e perseveravam na caminhada com o Senhor, como está escrito em Atos 2:43-47: "Em cada alma havia temor, e muitas maravilhas e sinais se faziam pelos apóstolos. Todos os que criam estavam juntos e tinham tudo em comum. Vendiam suas propriedades e fazendas e repartiam com todos, segundo cada um tinha necessidade. E, perseverando unânimes todos os dias no templo e partindo o pão em casa, comiam juntos com alegria e singeleza de coração, louvando a Deus e caindo na graça de todo o povo. E todos os dias acrescentava o Senhor à igreja aqueles que se haviam de salvar."
Era a pregação do arrependimento que atraía as pessoas para Cristo. O versículo 27 afirma que a igreja crescia porque o Senhor acrescentava aqueles que se haviam de salvar. Será que é difícil crer no Espírito Santo, que convence do pecado, da justiça e do juízo (João 16:8)?
A igreja não consegue acreditar que irá crescer como a igreja primitiva se pregar sobre a vida eterna, por isso oferece apenas os benefícios da vida temporária nesta terra. Também não consegue acreditar que as pessoas viram para Cristo pelo poder da Palavra, por isso se assemelham às festas e aos costumes do mundo para atrair as pessoas. Também não consegue acreditar que irá crescer como a igreja primitiva se pregar a renúncia por Cristo, por isso oferece vitória, fama e glória (dos homens).
Que vitória é essa? Quem chega à igreja está esperando a vitória no emprego, no casamento, na cura física, etc., enquanto Deus, que se fez homem, já venceu a guerra mais terrível, aquela contra o pecado. Essa é a vitória que a igreja deve contemplar, a vitória cuja arma para vencer foi a morte, a morte do Justo na cruz.
Talvez seja essa a dificuldade que a igreja encontra para compreender a vitória da cruz: como pode alguém vencer morrendo? Os filmes, a televisão, os desenhos animados não mostram que é assim que se vence. Mas "a palavra da cruz é loucura para os que perecem; mas para nós, que somos salvos, é o poder de Deus" (1 Coríntios 1:18).
Nós que nos arrependemos fomos sepultados com Jesus "pelo batismo na morte; para que, como Cristo ressuscitou dos mortos pela glória do Pai, assim andemos nós também em novidade de vida" (Rm 6:4). Se morremos com Cristo, então estamos justificados do pecado (Rm 6:7). A boa nova é a cruz!