Oi, tudo bem? Tudo bem e você? Tudo bem também.
Quando encontramos alguma pessoa conhecida, cumprimentamo-nos de uma forma automática. Dizemos: "Oi, tudo bem?", e a outra pessoa responde: "Tudo bem e você?", e tornamos a dizer: "Tudo bem também". Esta é a filosofia do "Oi, tudo bem?".
Você já deve ter passado por alguma situação em que sentiu que não estava nada bem com a outra pessoa ou que você mesmo(a) não estava bem. Porém, para não prolongar a conversa, você ouviu a resposta ou respondeu: "Tudo bem e você?".
Quando prolongamos a conversa, perguntamos: "O que você está fazendo?", "Está trabalhando?", "Sim, onde?", "Tá de carro aí?", "Está morando onde?". Infelizmente, essas perguntas só servem para estabelecermos um pré-julgamento das condições financeiras e intelectuais da outra pessoa. Alguém já fez a seguinte pergunta a você quando o(a) encontrou após alguns meses ou anos: "Você está feliz?" ? Talvez nunca tenham perguntado isso, não é? Porém, essa pergunta é que importa.
Obviamente, existem situações em que não é possível prolongar a conversa, mas, na maioria das vezes, fugimos de uma conversa mais profunda. Por quê? Porque pensamos que a outra pessoa não tem nada a ver com nossos problemas, também porque pensamos que ninguém pode resolver nossos problemas, e principalmente porque não confiamos na outra pessoa de forma que possamos contar nossos problemas.
De outro ponto de vista, não queremos saber dos problemas dos outros porque não podemos resolvê-los e, portanto, não nos envolvemos. É neste ponto em que há um conflito entre o que devemos fazer e o que costumamos fazer.
Jesus ensinou que os dois maiores mandamentos são amar a Deus sobre todas as coisas e, semelhante a este, amar o próximo como a si mesmo (Mateus 22:37-39). Provavelmente, aprendemos isso há muito tempo atrás, porém talvez tenhamos aprendido somente na teoria para responder qualquer pergunta que pudessem fazer a nós.
Mas que amor é esse que demonstramos no simples ato de cumprimentar uma pessoa que conhecemos? Se agimos simplesmente com o "Oi, tudo bem?", então não conhecemos nada sobre amor.
O amor de Deus é sofredor, é benigno, não é invejoso, não se ensoberbece, não busca os seus interesses, não se irrita, não suspeita mal, tudo sofre, tudo crê, tudo espera, tudo suporta (1 Coríntios 13:4-7).
Devemos nos dispor a ouvir as pessoas e amá-las sem julgarmos o que são ou deixam de ser. Ouvi-las e amá-las não quer dizer que devemos concordar com tudo o que elas dizem e fazem, mas sim abrirmos o nosso coração para falarmos e refletirmos o amor de Deus.